Ser é perigoso

Tenho tentado. Estou tentando manter uma distância razoável de mim mesma. Não sei até que ponto estou vulnerável ao sabor das emoções que por vezes me deixo tomar conta, inconscientemente. Inconsequentemente. Sou presa fácil dos meus sentimentos.
Pensamentos traiçoeiros. Sentimentos confusos. Sou o que de mim ainda não se revelou. E acredito que manter um certo afastamento do meu eu é essencial ao meu equilíbrio. À minha razão. E tenho dito. Às vezes sou um risco para mim mesma. Saber resistir às tentações de minha mente, me defender da minha própria imaginação requer uma pequena dose de frieza, e uma pequena porção de indiferença. Preciso estar sempre atenta aos meus movimentos. Vigiar cada ação, antes mesmo que ela se forme em meu pensamento. Me observar. A cada milímetro de segundo que separa um instante do próximo instante que virá. Mas de longe. Não posso me aproximar em demasia do que sou. Porque não sei se me conheço ao ponto de me entregar totalmente. Não posso me render ao prazer de ser o que sou sem antes saber o que sou. Quem eu sou. Pretendo sim, entregar-me ao doce sabor de viver no que de verdade há em mim, render-me ao eu que existe nesse meu ínfimo ser. Mas isso será feito aos poucos, paulatinamente. Por enquanto prefiro deste modo. Vou manter uma certa distancia de mim.

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