Sentir. E ser. Isso me basta.

Não me pergunte quem sou. Não me dêem a difícil tarefa de me descrever, não sei se encontraria em meu vasto vocabulário palavras para definir o que sou.
Na realidade desconheço.
Eu não quero me entender, não pretendo me decifrar.

Perderia toda a graça de me ser.

O que me encanta em não saber quem sou é o mistério. Me excita a quase descoberta da matéria que me constitui. O prazer de desbravar cada pedaço de vida espalhado pelo tempo. Tentar juntar os cacos do que sou.
Gosto de me encontrar no oco de mim, de sentir o sabor desconhecido das minhas sensações. Como provar um fruto até então desconhecido. Descobri o doce e o amargo que existe no meu eu mais profundo. Experimentar ser o que sou. O que não sei se sou.
Sinto o êxtase quando caio no vazio de mim mesma e chego ao âmago do meu ser. Chego a essência. Mas não decifro a matéria. Não vejo.
Apenas sinto o que sou, mas a descoberta cai no largo do esquecimento quando retorno ao meu extrínseco. Quando me perco novamente.
Sou só mistério, matéria oculta e incompreesível a mim mesma.
Se ousasse me revelar talvez deixasse, eu, de existir. Não quero conhecer.
Quero apenas sentir. E ser.
É vasto. E me basta.


2 comentários:

  1. Adoreiiii a foto! rs
    E o post tb, como sempre&sempre.
    Só que ao contrário de você, eu queria me entender, pra tentar resolver meus dilemas. :S
    Mas vou continuar tentando, e enquanto não consigo, vou me sentindo e sendo.
    Quem sabe depois dessas experiências eu consiga chegar ao x da questão... =)

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  2. é... quem sabe né?! aliás, Nunca se sabe'
    vai saber.....
    mas torço sempre por vc, rs !
    quem sabe todo esse dilema tbm não se transforme em inspiração, hein? rs

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Materialize- se....